O aparecimento da metalurgia, a partir do terceiro milénio antes de Cristo, dá origem a novas e complexas redes de relações sociais e económicas entre as comunidades de então. Na chamada época do Calcolítico, ou Idade do Cobre, a primazia para o estabelecimento de um povoado recaía sobre locais com amplo domínio visual do território envolvente e com facilidade em criar linhas de defesa.
Ao chegarmos ao topo do Castro de Santiago, na freguesia de Figueiró da Granja, percebemos de imediato, o motivo pelo qual este local foi habitado há mais de cinco mil anos. Daqui se avistam os vales das ribeiras de Vila Chã e da Muxagata até ao sopé da Serra da Estrela, tornando este sítio num miradouro por excelência. O seu ponto mais alto apresenta um marco geodésico com a cota de 612 metros. Destaca-se na paisagem e é visível a vários quilómetros de distância.
As torres graníticas que encontramos neste espaço, denominados tor, proporcionavam uma área protegida à qual foram adossados troços de muralhas, formando dois recintos fortificados.
Foi o primeiro povoado fortificado a ser identificado na Beira Alta.
Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos nas últimas décadas do século XX, por António Carlos Valera, permitiram identificar dois momentos de ocupação no terceiro milénio a.C. (antes de Cristo) e uma breve ocupação durante a época medieval.
O Castro de Santiago deixou-nos vestígios de cabanas com lareira, espaços para tarefas de moagem, recipientes cerâmicos decorados, pesos de teares usados na tecelagem, elementos de mós, pontas de seta e machados de pedra polida. Desconhece-se ainda, até ao momento, a existência de utensílios em cobre.
A sua configuração natural garantiu-lhe a classificação de Geossítio associado ao modelado granítico, pelo Estrela Geopark Mundial da UNESCO.
Castro Santiago