Os dolmens são monumentos funerários megalíticos construídos com grandes monólitos de pedra, os chamados esteios, nove em regra geral, encimados por uma laje de cobertura e com corredor, que eram depois envolvidos por anéis de pedra e terra, formando uma mamoa, com o aspeto característico de uma pequena colina, como é possível ainda observar, pro exemplo, no dólmen da Arquinha da Moura, em Lajeosa do Dão. A maioria dos dolmens que encontramos na região é apenas o esqueleto de uma estrutura muito mais impactante.
Estas sepulturas coletivas eram usadas apenas para os familiares e membros mais importantes das comunidades do Neolítico, numa exaltação de respeito e homenagem, marcada por pinturas nos esteios. Os corpos eram sepultados em forma cerimonial, acompanhados dos seus pertences.
Existem dois dolmens no concelho de Fornos de Algodres, ambos datados do quarto milénio antes de Cristo e reutilizados no milénio seguinte, durante o período do Calcolítico. Referenciados desde o século XVIII, foram alvo de intervenções de cariz científico por José Leite de Vasconcelos, no século XIX e por Domingos J. Cruz, Ana Leite da Cunha e Luís Filipe Gomes já na década de oitenta do século passado.

O Dólmen de Corgas de Matança, encontra-se na freguesia que lhe dá o nome, a cerca de 6 km de distância da sede do concelho. É composto por uma câmara funerária com 3,90m de altura e 4m de largura, com nove esteios, não havendo já evidências do corredor de acesso. Existem ainda motivos gravados em dois dos seus esteios. Muitos dos materiais recolhidos nas campanhas arqueológicas encontram-se depositados no Museu Nacional de Arqueologia, como pontas de seta, uma conta de colar, fragmentos de cerâmica e até um ídolo em azeviche.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1961.

A cerca de 2km de distância, encontramos outro dólmen, no sítio do Correão, freguesia de Cortiçô, conhecido por Casa da Orca. Formado por câmara funerária de nove esteios com laje de cobertura, tem 3,00m de altura por 3,90m de largura, preserva ainda parte da mamoa e o corredor de acesso, com 4,80m de comprimento. Os vestígios de pinturas a vermelho em três dos esteios foram parcialmente condenados aquando de um acto de vandalismo em 2011. O Município providenciou uma campanha de conservação e restauro terminada em 2016/2017. Do espólio encontrado nas intervenções arqueológicas, destacam-se alguns fragmentos cerâmicos, pontas de seta, raspadores, um machado de pedra polida e um cristal de quartzo.
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1961.


Dolmen de Matança | Dolmen de Cortiçô