A freguesia de Muxagata tem 223 habitantes e situa-se no sopé da Serra de Belcaide, a cerca de 12 km da sede de concelho.
A origem desta povoação deverá remontar à época romana, tendo em conta todos os vestígios arqueológicos que foram sendo encontrados dentro dos limites da atual freguesia. Também a existência de sepulturas escavadas na rocha acusa a continuidade da povoação na Alta Idade Média.
Segundo historiadores, o seu topónimo ter-se-á desenvolvido a partir do nome de um antigo povoador Mucia com alcunha Gata, teoria confirmada por documento que refere a existência de um antigo lugar denominado Cabeço do Gato.
Muxagata surge já referida nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258, como pertencente ao antigo concelho de Algodres, mas na posse de Fernão Rodrigues Pacheco e outros homens de Celorico (atual Celorico da Beira), que a traziam como honra, não pagando os direitos reais.
O senhorio deste lugar passa mais tarde para a Comenda de Santa Ovaia, de Seia, da Ordem de Cristo, posse que não seria plena uma vez que se via obrigada a pagar as rendas das terras, que aqui detinha, ao concelho de Algodres.
Com a extinção do concelho de Algodres em 1836, Muxagata passou a integrar o novo concelho de Fornos de Algodres.
O padroeiro de Muxagata é S. Miguel Arcanjo, celebrado anualmente a 29 de setembro, data também do feriado municipal. Atualmente, o momento alto das festividades religiosas é a romaria a Nossa Senhora dos Milagres, uma ermida localizada a sul da povoação, na margem esquerda da Ribeira da Muxagata, que decorre nos dias 25 de março e 8 de setembro.
O vale da Ribeira da Muxagata é um local de elevada riqueza paisagística e representativa dos habitats característicos da área, agora incluída na Rede Ebio nacional. Em parceria com a TAGIS (Centro de Conservação das Borboletas de Portugal) e com o CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens), foi estabelecido um percurso linear que nos permite percorrer cerca de 3 km junto à Ribeira, e conhecer a sua biodiversidade.
MUXAGATA
A Igreja de São Miguel, padroeiro da Muxagata, é a única igreja do concelho com planta em cruz latina.
Celebra-se o seu dia a 29 de setembro, tal como em Fornos de Algodres daí a data do feriado municipal. A romaria a este templo de invocação a um dos três Arcanjos, era uma das mais concorridas da região até ao século XVIII.
São Miguel Arcanjo forma a mais alta hierarquia dos anjos, juntamente com Gabriel e Rafael. As suas batalhas e lutas contra o Mal foram muito difundidas nas escrituras sagradas. A mais simbólica foi travada com Satanás, acabando por expulsá-lo do Reino dos Céus. É considerado um guerreiro defensor do Bem, que surge representado com  armadura e espada, e a pisar o demónio em sinal de vitória.
Com data de fundação provável entre os séculos XIII/XIV, este templo foi sofrendo profundas reformulações ao longo dos tempos.
A fachada principal é rematada por empena com cruz no vértice e o seu imenso portal de arco pleno é encimado por óculo quadrilobado. Tem campanário adossado no lado direito com dupla abertura sineira.
No interior, e a marcar a divisão entre a nave central e o transepto, podemos observar duas imponentes colunas de pedra com capitéis jónicos.
No transepto, dois altares colaterais, em talha dourada com pinturas sobre tábuas ambos ladeados por pinturas com representação de Santa Luzia no lado do Evangelho e Santa Bárbara, no lado da Epístola.
O retábulo da capela-mor é posterior, datando já de 1807. Com uma decoração tipicamente neoclássica, encontramos representado no trono São Miguel, ladeado por Nossa Senhora e São José. De realçar o marmoreado das colunas que compõem o conjunto retabular.
Igreja Matriz
Localizada a sul da povoação, na margem esquerda da Ribeira da Muxagata, descobrimos a ermida de Nossa Senhora dos Milagres, local de grande devoção e peregrinação. A romaria decorre anualmente nos dias 25 de março e 8 de setembro.
Aqui existiu um santuário até inícios do século XIX, mas por divergências com o pároco local, mandou o prelado da Diocese de Viseu levar a imagem de Nossa Senhora para a Sé de Viseu. A população, revoltada, destruiu o antigo templo por completo, usando depois as pedras para construção das suas casas. Até mesmo para Figueiró da Granja saíram mais de 25 carros de cantaria, para aproveitar na reformulação da Igreja Paroquial. Quase meio século depois, em 1863, a imagem foi encontrada por um pastor, num silvado debaixo de um penedo. Conta a tradição que os crentes gritavam milagre, enquanto os descrentes murmuravam que a imagem fora roubada da Sé de Viseu por um pintor das redondezas.
Nesse local, sob o penedo, foi erigido um pequeno nicho com altar para albergar a imagem de Nossa Senhora dos Milagres, cuja representação emblemática encontramos no brasão da freguesia. Foi mandada erigir uma capela digna de receber a imagem de tanta devoção, e a 24 de abril de 1870 fez-se a trasladação da imagem do nicho para o novo templo.
Atualmente, a ermida contempla os dois espaços religiosos e um parque de merendas.
Capela dos Milagres
Situada no Sítio do Loureiro, a Capela de Santo António, datada do século XVIII, foi mandada erigir pelos moradores da freguesia e pelo Padre Miguel Coelho, Cura e natural da freguesia. O retábulo já tinha servido em outro altar, mas encontrava-se “em bom uso e muito decente”. A Capela obteve licença para bênção a 22 de abril de 1757. De notar que, nesta data, a paróquia fazia parte do Arciprestado de Penaverde.
 
capela santo António