Vila Chã localiza-se a cerca de 9 km da sede de concelho, na base do monte de Belcaide. Freguesia extinta em 2013, faz atualmente parte da União de Freguesias de Cortiçô e Vila Chã, com 166 habitantes.
A sua primeira referência documental como Villa Chaa, surge em 1335, nas Inquirições de D. Afonso IV, sendo um dos termos do Couto da Granja de Figueiró.
No século XVIII era curato de apresentação do Vigário de Algodres.
Vila Chã tem como padroeira Nossa Senhora das Boas Novas, celebrada anualmente a 15 de Agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, invocação que manteve nos registos escritos até, pelo menos, ao século XVIII.
A presença da família Soveral em Vila Chã é muito antiga, sabendo-se que no século XVII, o fidalgo José Inácio de Almeida Soveral contraiu matrimónio com uma filha do Alcaide de Elvas, de apelido Pedroso. Terá mandado construir, por esta altura, o Solar que até hoje é pertença da família Pedroso. 
Os habitantes de Vila Chã são conhecidos como “os Lobos”, termo derivado da representação de sete lobos no brasão de armas dos Pedrosos, atestando a sua importância e influência.
VILA CHÃ
A Igreja de Nossa Senhora das Boas Novas é o resultado de várias reformas levadas a cabo nos finais do século do XVIII e inícios do século XIX. Do templo primitivo, de datação incerta, será ainda o portal em arco de volta perfeita.
Esta igreja é o exemplo de como a vontade popular e a tradição perduram, sobrepondo-se ao tempo. De invocação de Nossa Senhora da Assunção, reza a lenda que existindo neste lugar uma pequena ermida de veneração a Nossa Senhora, logo se tratou de construir um templo maior que pudesse ser merecedor de albergar a imagem tão adorada pelo povo. Pensou-se mudar o lugar para Fornos de Algodres, cujos fiéis pagariam as expensas, mas todas as vezes que iniciavam as obras, os materiais apareciam, na manhã seguinte, junto à pequena ermida em Vila Chã, carregados pela Senhora durante a noite. Decidiram aceder à vontade divina. Acorreram a dar as boas novas ao povo de Vila Chã, que a partir desse momento atribuíram à imagem o nome Nossa Senhora das Boas Novas.
No adro da igreja encontramos três lápides com inscrições já ilegíveis, mas com a data de 1691.
No interior do templo de uma só nave, destacam-se os retábulos em tons pastel bege e azul-celeste, ornados em dourado com volutas, concheados e grinaldas de flores.
Nossa Senhora das Boas Novas encontra-se representada num medalhão pintado na cobertura e a sua imagem no trono do altar-mor, ladeada por Santa Bárbara e São Sebastião.
 
Igreja matriz
O Solar dos Pedrosos terá sido construído no século XVII. Era seu proprietário o fidalgo José Inácio de Almeida Soveral, casado com D. Mariana Joaquina Pedroso da Costa e Magalhães. A ausência do brasão de armas de ambas as famílias na fachada do edifício tem levantado algumas questões no que diz respeito à fundação da casa.
O solar compreende ainda a Capela de Nossa Senhora do Carmo, mandada construir no primeiro quartel do século XVIII, pelo Padre Manuel de Almeida Soveral que morre antes de a ver benzida. A sua irmã D. Catarina de Almeida Soveral passa a ser administradora da capela requerendo a licença para a sua bênção, concedida em 25 de novembro de 1723.
A capela de Nossa Senhora do Carmo possui no seu interior um magnífico retábulo em talha dourada e tons de vermelho, com colunas salomónicas, e teto em caixotões com pinturas iconográficas. De entre as muitas imagens antigas consta uma pequena representação de Nossa Senhora, que a tradição associa à primitiva imagem da Igreja de Nossa Senhora das Boas Novas.
O Solar dos Pedrosos é atualmente um estabelecimento de Hospedagem e Agroturismo.
solar dos pedrosos