Das florestas e matas aos prados verdejantes, das zonas húmidas ribeirinhas às áreas secas rochosas, os diferentes habitats que encontramos pelo território do concelho de Fornos de Algodres são os responsáveis pela rica diversidade da fauna e flora que temos a felicidade de observar.
As estações do ano vão também alterando as tonalidades das paisagens, os cheiros e os sons da Vida a acontecer.
O corrupio junto aos cursos de água é enorme e em qualquer flor encontramos abelhas, libélulas, borboletas de várias cores e fantásticos besouros. Há lugar para todos os seres pequeninos, seja resguardados nas dedaleiras ou esparramados ao sol sobre as flores do campo.
É junto ao Rio Mondego, à Ribeira de Carapito (Matança) e à Ribeira da Muxagata que encontramos amieiros, salgueiros e choupos. As águas límpidas e despoluídas são povoadas por anfíbios, rãs e salamandras, pequenos répteis, lagartos e lagartixas, cágados e serpentes. Os próprios líquenes nos troncos das árvores, bem visíveis por todo o território, são também uma prova viva de como a poluição anda bem longe destas paragens.
E quanto a mamíferos, longe vão os tempos em que o lobo habitava este território em grande número. Hoje, o palco principal é do javali, da raposa, da fuinha, do curioso sacarrabos e da fugitiva lontra.
De entre ervas, flores e plantas selvagens, como a rara orquídea selvagem coração, o rosmaninho, a carqueja, o tojo ou a urze, existem duas que queremos exaltar: a urtiga, muitas vezes incompreendida, que as gentes de Fornos de Algodres valorizam e usam na gastronomia e, a preciosa flor de cardo, essencial no processo de fabrico do nosso distinto Queijo Serra da Estrela.
Não podemos esquecer os cogumelos que pululam por todo o concelho e que fazem as delícias dos apreciadores.
Por todo o território ouvimos o chilrear das aves que aqui vivem livres como o vento. Dos tímidos guarda-rios às majestosas garças-reais, dos coloridos abelharucos às elegantes poupas, até às mais comuns, mas não menos importantes, alvéolas-brancas – traga uns binóculos e venha observá-las connosco.
E desengane-se quem pensar que as zonas rochosas são desprovidas de interesse. As aves de montanha adoram estes locais e, por aí, entre afloramentos graníticos e giestais, podemos observá-las em voos rasantes, em busca de alimento, como a águia-cobreira. Curiosamente até as altas pontes de betão da autoestrada que atravessam o concelho, servem agora de poiso para espécies de aves e berço das suas crias.

Saiba mais em: https://www.cm-fornosdealgodres.pt/birdwatching/